Caso Léo Lins: quando o humor ultrapassa o limite e fere a dignidade racial

Imagem: Reprodução/ Instagram @leolins

 

A recente condenação de "Léo Lins" por piadas com conteúdo racista reacende discussões sobre liberdade de expressão e os limites do humor. Considerada por alguns como censura, a decisão, no entanto, marca um avanço 'civilizatório' ao afirmar que o humor não pode servir de escudo para ataques à dignidade da população negra.

Nos marcos do Estado Democrático de Direito, a liberdade de expressão é protegida, mas não é absoluta. A Constituição veda expressamente a prática do racismo, o que significa que manifestações discriminatórias não estão amparadas por esse direito. Liberdade não é licença para violar direitos fundamentais.

Usar o humor para ridicularizar a cor da pele, a origem, os traços ou a trajetória de um povo não é liberdade de expressão, é racismo. O racismo recreativo tenta mascarar o preconceito como se fosse piada, tornando-o socialmente tolerável e assim, perpetuando-o. Quando o cabelo, a pele, a fala ou a cultura negra viram motivo de riso, a dor histórica é transformada injustamente em diversão.

Esse humor que ridiculariza e desumaniza está longe de ser inocente. Ele sustenta estruturas históricas de opressão e exclusão contra a população negra. Cada piada que rebaixa é um reforço simbólico ao racismo. E mais: esse tipo de conduta, além de imoral, é crime-'inafiançável' e imprescritível, conforme prevê a lei brasileira e já confirmou o Stf.

Mais do que uma punição, essa condenação representa um despertar coletivo. Estamos começando a entender que convivência exige respeito e que palavras não são inofensivas. A liberdade artística continua viva, agora com mais consciência.

Essa condenação não é censura. É um sinal claro de que a sociedade está evoluindo, mesmo que lentamente. Humor não é licença para ofensa e liberdade de expressão não garante impunidade.

 Palavras constroem ou destroem: por isso devem ser usadas com responsabilidade.

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